Pensar no que digo, para dizer o que penso!

09 novembro 2012

Cidadania.


O dever de cidadania remete-nos para obrigações que devem suplantar o comodismo e a apatia, entre outras demissões facilmente apelativas.

O povo é paciente outrossim tolerante, mas conhecedor do limite.

A crítica é necessária e deve ser oportuna, para que imperem o bom senso e a harmonia.

As iniciativas tomam-se de acordo com os objectivos, sempre relevando a seriedade, por parte dos seus responsáveis.

As palavras, interpretadas no seu verdadeiro significado, tem uma importância tal, que, devem ser medidas as suas consequências, consoante o benefício ou prejuízo.

A mudança é aconselhável, tendo em conta a viciação do poder, porque a ambição e a prepotência estão intimamente ligadas e há que proporcionar oportunidade à diferença.
Joantago

17 outubro 2012

Características de um Povo Singular.


O português é assim: Faz pouco, mal, de má vontade e sempre a delegar culpas e responsabilidades em outrem, no seu País. Histórica e cientificamente provados, são os factos de ser eficazmente competente, esporadicamente reconhecido e permanentemente pretendido pelos estrangeiros como ser produtivo; faz bem, quando quer e quando o deixam (os compatriotas, seus principais contendores). Hipocritamente é solidário, dócil e não perde uma só oportunidade para gabar os seus feitos antecipadamente e á escala global. Não é por acaso que o seu espírito aventureiro (prova de que “santos da casa não fazem milagres”) impele-o para vingar além-fronteiras, onde procura instalar-se, começando quase sempre “por baixo”, para no mais curto espaço de tempo atingir a notoriedade e a importância a que se propõe; É conotado como colonialista ou colonizador, por incompreensão dos seus género e génio, pois as coisas só acontecem por parte de uns quando e se os outros deixarem. A história do povo português fez-se e faz-se com muita fantasia, mesclada com interesses de manipuladores exímios e verdadeiramente oportunistas, que conseguem sobrepor a sua imagem, pretensamente imaculada, sobre os protagonistas antecessores. Possui uma tendência natural para a imitação, que consegue natural e artisticamente bem. É perito no desenrascar e prefere o remédio à prevenção. Nada a fazer contra a sua natureza intrínseca, restando duas opções: ou se ama, ou se odeia um português.
Joantago

16 outubro 2012

Cegueira Crónica.


Todos procuramos a luz, o seu brilho,

Porque andamos cegos, ofuscados…

Tacteamos, dirigindo-nos no escuro

Pela extremidade dos nossos dedos

E não escondemos esses mesmos medos!

 

Nessa escuridão interior, em que vivemos,

Constatamos mais de um empecilho

Pelo qual reclamamos, sem sabermos ao certo,

Para quem, porquê e onde estamos enganados,

Pois a verdade, se calhar, está bem perto!

 

Falamos, sem que as nossas vozes inúteis

Tenham impacto algum perante alguém;

Temos uma necessidade vital, quando queremos,

De pensar, agir e assumir uma dada comunidade,

Conveniente a todos, consoante a vulgaridade…

 

Mas, são sobretudo os governantes e seus carteis

Que nos respondem, com algum desdém,

Que somos os responsáveis legítimos da situação,

Porque nunca, mas nunca aprendemos a lição:

“O Povo é soberano e ignorante de indignação!”

Para se aprender.


Preocupamo-nos com os minutos

Que dispensamos aos nossos familiares

E esgotamos outros tantos com os amigos

Sem que o tempo represente muito pouco.

 

Não nos questionamos sobre as razões,

Muitas vezes importantes, que desconhecemos,

Mas devíamos necessariamente considerar

E não sabemos o que fazer, neste mundo louco!

 

A mudança de hábitos e lugares

Constitui um permanente rol de perigos

E nunca fazemos (como gostaríamos) o que queremos.

 

O presente nem sempre traz frutos

Do que se semeou, num passado de emoções,

Por se aprender depois de muito errar.

27 agosto 2012

Trilogia de "Pês"


A trilogia do fantástico e do (por mim) detestável,

É a sua constituição por três substantivos iniciados na letra “P”:

Políticos, padres e proxenetas nas distintas actividades individuais.

O que têm em comum (quanto a mim) é a mesma natureza parasitária,

Numa procura, cada vez maior do sustento da sua ambição

À custa da mente e do corpo do outro, para darem em troca

Promessas de melhorar a vida do povo, os Políticos;

O alcance de um Céu incógnito, os Padres

E a protecção das “suas” prostitutas, os Proxenetas…

09 maio 2012

Parece que fui ao Circo.

Faz de conta que fui ao Circo!
Apresentaram-me palhaços,
Macacos, raposas e burros.
Procurei um lugar em que fico
Atónito por ouvir leões aos urros…
Pedirem-me para levantar os braços,
Aplaudir uma série de artistas
Com números acrobáticos diversos!
Mas havia um ou outro a dar nas vistas,
Sobretudo, quando faziam magia:
Desaparecia-me o dinheiro da carteira
E só via o pessoal a apalpar os bolsos!
Lembro-me de reclamar na bilheteira,
Depois do espectáculo acabar;
Foi-se toda a minha alegria
E ficaram-me apenas os remorsos
De confiar no mundo circense…!
Já agora, se esta malta continua a roubar,
Não nos salvará qualquer iniciativa forense!

Joantago

11 janeiro 2012

José Régio - Soneto escrito em 1969.

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem mil contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De mil contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

JOSÉ RÉGIO

Tão actual em 1969, como hoje...E depois... ainda dizem que a tradição já não é o que era!!! Foi então, é agora e será depois... A diferença está nos Euros (€)!

03 janeiro 2012

Quem é "Afinal" este PR?

Morreu o cavaquismo

Mário Crespo – 01-06-2009 Jornal de Notícias

Entre mais-valias na carteira de acções do professor Cavaco Silva e o solilóquio de Oliveira e Costa no Parlamento, morreu o cavaquismo.

As horas de aflitivo testemunho enterraram o que restava do mito.
Oliveira e Costa e Dias Loureiro foram delfins de Cavaco Silva.

Activos, incansáveis, dinâmicos, competentes, foram para Cavaco indefectíveis, prestáveis, diligentes e serventuários.

Nas posições que tinham na SLN e no BPN estavam a par da carteira de acções de Cavaco Silva e família.

Os dois foram os arquitectos dos colossais apoios financeiros que nas suas diversas incarnações o cavaquismo conseguiu mobilizar logo que o vislumbre de uma hierarquia de poder em redor do antigo professor de Economia se desenhava. Intermediaram com empresários e financeiros.

Hipotecaram, hipotecaram-se e (sabemos agora) hipotecaram-nos, quando a concretização dos sonhos de poder do professor exigia mais um esforço financeiro, mais uma sede de campanha, mais uma frota de veículos para as comitivas, mais uns cartazes, um andar inteiro num hotel caro ou uma viagem num avião fretado.

Dias Loureiro e Oliveira e Costa estiveram lá e entregaram o que lhes foi requerido e o que não foi.

Como as hordas de pedintes romenos, esgravataram donativos entre os menos milionários e exigiram contribuições aos mais milionários.

Cobraram favores passados e venderam títulos de promissórias sobre futuros favores.
O BPN é muito disso. Nascido de um surpreendente surto de liquidez à disposição do antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Cavaco Silva, foi montado como uma turbina de multiplicação de dinheiros que se foi aventurando cada vez mais longe, indo em jactos executivos muito para lá do ponto de não regresso. Não era o banco de Cavaco Silva, mas o facto de ser uma instituição gerida pelos homens fortes do regime cavaquista onde, como refere uma nota da Presidência da República, estava parte da ( ) "gestão das poupanças do prof. Cavaco Silva e da sua mulher", funcionou como uma garantia de confiança, do género daquele aval de qualidade nas conservas de arenque britânico onde se lê "by special appointment to His Royal Majesty " significando que o aromático peixe é recomendado pela família real.

Portugal devia ter sabido pelo seu presidente que a sua confiança nos serviços bancários de Oliveira e Costa era tal que tinha investido poupanças suas em acções da holding que detinha o banco. Mas não soube.

Depois, um banco de Cavaco e família teria de ser um banco da boa moeda. E não foi.
Pelo que agora se sabe, confrontando datas, já o banco falia e Cavaco Silva fazia sentar na mesa do Conselho de Estado, por sua escolha pessoal, Dias Loureiro, que entre estranhos negócios com El Assir, o libanês, e Hector Hoyos, o porto-riquenho, passou a

Depois, vieram os soturnos episódios de que Oliveira e Costa nos deu conta no Parlamento, com as buscas alucinadas por dinheiro das Arábias.
Surpreendentemente, quase até ao fim houve crédulos que entraram credores de sobrolho carregado para almoços com Oliveira e Costa nas históricas salas privadas do último andar da sede do BPN e saíram accionistas dos dois mil milhões de bolhas especulativas que agora os portugueses estão a pagar.

Surpreendentemente também, o Banco de Portugal nada detectou.
Surpreendentemente, o presidente da República protegeu o seu conselheiro, mesmo quando as dúvidas diminuíam e as certezas se avoluma, cai o regimevam.

De Oliveira e Costa no Parlamento fica ainda no ar o seu ameaçador: "eu ainda não contei tudo".

Ficámos enternecidos com o "Paternalismo" emocional do Senhor Presidente da República, no discurso do Fim-de-Ano de 2011!